quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Cineclube Ceicine: 01 ano de cineclube + mostra e dossiê Jean Garret



CINECLUBE CEICINE COMPLETA UM ANO
e realiza mostra dedicada ao trabalho do cineasta Jean Garret

No último dia 14 de agosto, o Cineclube Ceicine completou um ano desde que realizou sua primeira sessão, com o filme Intervenção Divina (2002, 92min), de Elia Suleiman, o cineasta privilegiado de nossa primeira mostra, "Elia Suleiman: o ninja da Palestina". Desde então, realizamos oito pequenas mostras temáticas e duas sessões especiais, somando até aqui, a exibição seguida de debate de 23 filmes. Filmes que privilegiaram os mais diversos recortes e histórias proporcionando diversas e variadas discussões abertas aos calores da hora.

Começando o segundo ano de trabalho, resolvemos retornar ao modelo da nossa primeira mostra e elegemos o segundo cineasta que terá direito a uma pequena mostra individual aqui no cineclube, oportunidade para nós aproximarmos mais da sua obra: Jean Garret.


A mostra “Jean Garret: Drama, Mistério e Muito Amor” inicia o segundo ano do cineclube e será a segunda mostra individual dedicada a um diretor. Além de diretor, nascido João Antônio Nunes Gomes da Silva, nas ilhas de Açores, Portugal (16/14/1946), Jean Garret também atuou como roteirista, produtor, ator e até figurinista (no filme Karina, Objeto do Desejo) no núcleo conhecido como Boca do Lixo, bairro que concentrou a produção cinematográfica na capital paulista nos anos 1970 e 1980. Jean atuou nos filmes A Herança (1970) e Meu Nome é Tonho (1969), de Ozualdo Ribeiro Candeias e O Estranho Mundo de Zé do Caixão (1968), de José Mojica Marins, quando assinou como Jean Silva. Nos seus últimos três filmes como diretor, assinou como J. A. Nunes nos títulos Entra E Sai (1986), Fuk Fuk à Brasileira (1986) e O Beijo da Mulher Piranha (1986).
Jean Garret morreu no dia 21/04/1996 na Cidade de São Paulo, depois de dez anos afastado da produção cinematográfica. Serão exibidos três filmes:

DIA 20/08
A FORÇA DOS SENTIDOS (Brasil, 1978, 100min)
Sinopse: Um escritor muda-se para uma casa de praia isolada numa ilha para escrever um novo livro e, gradualmente, se envolve com seus novos vizinhos ímpares enquanto acontecimentos repetem-se em espiral.
DIA 27/08
TCHAU, AMOR (1982, 95min)
Sinopse: Um radialista desempregado obcecado com suicídio encontra um pirralho rico.
DIA 03/09
O FOTÓGRAFO (1980, 90min)
Sinopse: Um fotógrafo profissional e inconsequente, especializado em nus, sonha com respeitabilidade e com a bela estudante universitária da janela vizinha.

*+*+*+*+*+*+*+DOSSIÊ JEAN GARRET+*+*+*+*+*+*+*

Jean Garrett, artesão da Boca do Lixo, por Ruy Gardnier in Revista Contracampo
Jean Garret, Autor Moderno, por Marcelo Ikeda in Cinecasulofilia
A parceria de Reynaldo Paes de Barros e Jean Garret, por Matheus Trunk in Revista Zingu!
O fantástico Jean Garret, por Jairo Ferreira in Cinema de Invenção
A Força dos Sentidos: fortuna crítica, por Carlos Primati in Cine Monstro
Tchau, Amor, por Andrea Ormond in Estranho Encontro
O Fotógrafo, por Leo Cunha in Revista Zingu!
O Fotógrafo, por Andrea Ormond in Estranho Encontro


*+*+*+*+*+*+*+RETROSPECTO PRIMEIRO ANO CINECLUBE CEICINE+*+*+*+*+*+*+*

*Mostras: “Ninguém vai rir: três-filmes-nová-vlna-extinta-Tchecoslováquia” (jul/2015); “Tempos Modernos: filmes no mundo do trabalho” (jun/jul 2015); “Mulheres em Vingança” (abr/mai 2015); “Surreal África, loucas aventuras” (dez 2014); “Negra Ação” (nov 2014); “Mistérios da Ilha: new wave do cinema australiano” (out/nov 2014); “Sessão da tarde à noite: dos filmes de muita ação” (set/out 2014); e “Elia Suleiman: o ninja da Palestina” (ago 2014)
*Sessões Especiais: Ressurgentes: um Filme de Ação Direta (2014, Dacia Ibiapina); Serras da Desordem (2006, Andrea Tonacci)
*Filmes: Sombras (1959, John Cassavetes); A Noite Toda (1962, Basil Dearden); Ninguém Vai Rir (1965, Hynek Bocan); Trens Estreitamente Vigiados (1966, Jirí Menzel); O Baile dos Bombeiros (1967, Milos Forman); A Longa Caminhada (1971, Nicolas Roeg); Pelos Caminhos do Inferno (1971, Ted Kotcheff); Aguirre, a Cólera dos Deuses (1972, Werner Herzog); Touki Bouki (1973, Djibril Diop Mambéty); Eles a Chamam de Caolha (1973, Bo Arne Vibenius); O Homem que Caiu na Terra (1976, Nicolas Roeg); A Vingança de Jennifer (1978, Meir Zarchi); Mad Max (1979, George Miller); Blade Runner - o Caçador de Andróides (1982, Ridley Scott); Cão Branco (1982, Samuel Fuller); A Luz (1987; Souleymane Cissé); Intervenção Divina (2002, Elia Suleiman); A Questão Humana (2007, Nicolas Klotz); O Que Resta do Tempo (2009, Elia Suleiman); Cosmópolis (2012, David Cronenberg); e Um Toque de Pecado (2013, Jia Zhangke)
*Equipe: Adirley Queirós, Alana Amorim, Antônio Balbino, Cássio Oliveira, Denise Vieira, Flávia Andrade, Francisco Amorim, Leandro Pezão, Lilian Bolognini, Lua de Abril, Marcelo A. Vivacqua e Sandro Vilanova

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Dôssie foturna crítica: Sombras (1959, 81min; John Cassavetes)



CASSAVETES, o batalhão de um homem só,

Se John Cassavetes tivera sido europeu em vez de norte-americano, as coisas teriam sido diferentes. Não há dúvida sobre isso. Ele roda seu primeiro filme, Sombras (Shadows), entre 1957 e 1959; nestes anos, na Europa, surgiram os chamados cinemas novos; e naquelas datas foram filmadas, para citar um punhado de títulos, Ascensor para Cadafalso (Ascenseur despeje l`échafuad, 1957) por Louis Malle, Paris nos Pertence (Paris nous appartient, 1958-1961), de Jacques Rivette, Acossado (À Bout de Souffle, 1959) de Jean Luc Godard, Os Incompreendidos (Les 400 coups, 1959) de François Truffaut, Hiroshima Meu Amor (1959), por Alain Resnais, Odeio Essa Mulher (Look Back in Anger, 1959) de Tony Richardson, Los Golfos (1959) por Carlos Saura, A Doce Vida (La Dolce Vita, 1959) de Federico Fellini, A Provocação (La Sfida, 1959) por Francesco Rosi, ou O Tempo Parou (Il Tempo si è Fermato, 1959) por Ermanno Olmi. Todos eles terão muito mais sucesso que o filme de Cassavetes e seus diretores, cada um com sua problemática e trajetória, desfrutarão de uma maior boa vontade do que terá Cassavetes em seu país. Por algo, é na Europa onde será melhor tratado. O ambiente cinematográfico é outro. Há mais abertura para mudanças. Na América do Norte não havia um "cinema do papai" para lutar contra, mas uma forte indústria assentada onde os códigos estavam rigidamente controlados. E Cassavetes decidiu lutar contra isso.

Uma luta de Titãs.




SOBRE os períodos de filmagem,

O filme foi rodado em 16mm por Cassavetes, que não tinha experiência anterior, sem um script determinado, essencialmente improvisado e atores amadores pertencentes a seus alunos da oficina de interpretação; não custou mais de US $ 40.000; A lenda diz que parte do financiamento do filme foi obtido através de contribuições feitas pelos ouvintes de um programa de rádio. Enquanto foi filmado durante 1957, depois de umas primeiras projeções insatisfatórias, Cassavetes não lançou em sua forma final até 1959, após a re-editar e ajustá-lo em quase metade de sua metragem.



A VERDADE que está nas aparências, o ar de rua, transposição de um sistema ao outro,

https://cinecafe.wordpress.com/2009/08/19/sombras-john-cassavetes-1959/:

Mas o que mais marca é a maneira de ele parecer um “filme de rua”. A câmera (às vezes na mão) passeia por avenidas, plataformas de trens, casas, táxis, preocupado com o que cada um desses lugares tem a mostrar; quer ver rostos de passantes e gente desconhecida, pessoas como aquelas lá de cima; Nova York foi pra tela de cinema em carne e osso. O que acentua esse aspecto também é a técnica de improvisação de Cassavetes, que usava atores não-profissionais.



http://www.cineplayers.com/comentario/sombras/37572:

É interessante notar uma divisão feita direta ou indiretamente em Sombras (Shadows, 1959). Primeiramente parece se tratar de um filme da nouvelle vague, vagabundos intelectuais que correm por aí para fazer bicos e discutir arte, depois se torna um falso melodrama, que embala o desconforto de suas personagens. Sombras, ataca na ingenuidade de todos, músicos falidos intelectuais que ora visitam museus ora estão em uma festinha discutindo Jean-Paul Sartre



http://apaladewalsh.com/2013/03/24/shadows-1959-de-john-cassavetes/:

No fim do filme, uma frase anuncia the film you have just seen was an improvisation. Pode debater-se a validade desta afirmação, se realmente foi improvisado ou se apenas estudado para parecer assim, se faz sentido falar de improvisação no cinema quando se trata de uma obra fechada, destinada à repetição. A ideia maior será quebrar com o classicismo dominante, marcar a ruptura através de uma nova linguagem, e dotar o filme de um espírito irrequieto, que ao mesmo tempo regista as mudanças numa sociedade americana em convulsão e propõe uma diferente abordagem artística.






LINKS EXTRAS:

http://criticosdecinema.blogspot.com.br/2007/03/sombras-cassavetes-1959_20.html:

http://www.filmespolvo.com.br/site/artigos/plano_sequencia/137

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

trecho de France/tour/detour/deux/enfants (1977, 26 min; Jean-Luc Godard)




FRANÇA/IDA/VOLTA/DUAS/CRIANÇAS, Movimento 1: Escura/Química
Os monstros vão para casa,
o mais rápido possível
Parecem átomos
Atravessando a paisagem
que eles devastaram
O trabalho de uma 
vida 
inteira de turistas
Devastando a paisagem, devastador
Um vasto empreendimento, solitário
Os lobos acendem as luzes laterais

O diamante, um solitário
Tudo isso junto - um solitário
continuam parecendo átomos
Iluminada, uma loucura escura
Um desastre industrial
A infância da idade do aço

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Cineclube Ceicine: O Homem que Caiu na Terra (30/10)

O Homem que Caiu na Terra
Exibição quinta-feira (dia 30/10) no Cineclube Ceicine.
A partir das 19h30 com debate após.
Sala de multimeios do Centro Cultural Ceilândia
Ao lado da estação Ceilândia Norte do Metrô
QNN 13 - área especial (Biblioteca Pública).